Bom dia, boa tarde, boa noite!
Assim como fiz com a série Ômega, decidi fugir do foco principal de eu blog e compartilhar minha opinião sobre o último filme dos Cavaleiros dos Zodíaco.
Bem, as opiniões que vi na internet foram exatamente o que esperava: exagero. Sinceramente, tudo na internet é exagerado, você quase nunca encontra opiniões moderadas na internet, ou você ama e vira um(a) fanático, ou você odeia totalmente e explode em críticas.
Neste post vou tentar ser lúcido e trazer pra você, que provavelmente assistiu ou quer assistir o filme, que provavelmente curtia a série clássica em sua infância.
Vou analisar o enredo, o visual, os personagens, as lutas, diferenças e semelhanças da série clássica, erros e acertos do filme e perspectivas futuras.
Antes de ir ponto a ponto, há um comentário que envolve tudo relativo ao filme. O que determinou muitas escolhas (inclusive as mais polêmicas) foi o simples fato de que isto é um filme.
TEMPO é o maior vilão do filme. Você consegue imaginar uma saga de 73 episódios (praticamente 24h) em um filme de 90 minutos? Bem, o que poderíamos esperar? com isso em mente, vamos degrau por degrau até o Templo de Atena!
Enredo
O filme propõe contar toda a origem de Saori e os atuais Cavaleiros. Ele consegue? Bem, a história Saori é contada as pressas, Seiya meio que aparece quando criança e os demais simplesmente estão lá.
Logicamente que a razão disto é a falta de tempo. Introduzir a história dos jovens Cavaleiros e alguns Cavaleiros de Ouro importantes (como Mu, Aiolia, Camus e Dohko) consumiria umas 3h para ser feito decentemente. Então este aspecto foi decepcionante, mas dentro do esperado.
A origem de Saori foi mantida. A origem dos jovens Cavaleiros também é a mesma, são órfãos raptados escolhidos por Matsumara Kido e transformados em escravos treinados para dar sua vida pela filha do chefe por Atena. Bem, a história é estranha se você para para analisar (alguém chama o juizado de menores, por favor), mas você não reclamou na época do anime, porque reclamar agora?
Então, além do fato de que os fãs do anime cresceram e se tornaram mais críticos, o curto espaço de tempo do filme torna tudo mais difícil de aceitar. A dedicação extrema a Saori deveria ser construída ao longo de algumas várias horas, mas no filme vemos crianças que foram forçadas a dedicar toda sua infância treinando duro para se tornarem guarda-costas de uma garota que dizem ser a re-encarnação de uma deusa da mitologia grega.
O plano de Saga e a maneira que ele manipula o Santuário é satisfatoriamente explicado, nada muito difícil de explicar.
A maneira que Saori toma conhecimento de sua origem foi uma decisão errada. Bem, imagine que você tem que conta r a alguém que ela não é um ser humano normal, que não pertence a família em que cresceu, que é nada menos que uma deusa! Você provavelmente sentaria com ela num lugar confortável, seguraria sua mãom olharia nos olhos dela e diria tudo com muita seriedade. Mas Tokumaru Tatsumi, o cara que é praticamente o pai de Saori, simplesmente jogou toda a verdade na cara de Saori enquanto dirigia, com ela no banco de trás! "Quer a verdade? Toma aí a verdade!"
Devem ter escolhido assim para economizar tempo e já emendar com a luta que aconteceu na ponte, mas daria pra separar estas duas cenas ao custo de uns 10 segundos, pra mim não justifica. Talvez seja algo do comportamento do povo japonês, não sei dizer; só sei que por aqui no Brasil uma notícia dessas seria entregue com mais cuidado.
Depois Saori é atacada por Cavaleiros "do mal", salva por Seiya, Shun, Hyoga e Shiryu. Mais tarde é atacada pelo Cavaleiro de Sagita e Aiolia. Depois decide ir ao Santuário para esclarecer a situação, lá enfrentam alguns Cavaleiros de Ouro e no fim derrotam Saga de Gêmeos, Saori prova que é Atena e toma o controle do Santuário.
Tudo isto ainda mais rápido e resumido do que eu escrevi neste parágrafo. É o mesmo enredo do anime, só que contado mais as pressas.
Visual
Para mim, perfeito. Simples assim.
Eu prefiro animações em 2D do que computação gráfica 3D, mas dentro do que o chamado CGI pode oferecer, acho que o filme entregou tudo o que podia. Os gráfico estão no mesmo nível que vemos em animações atuais, são bem bonitos e agradáveis. Tudo lembra muito Final Fantasy, que é basicamente nosso referencial Japão. Os últimos jogos de Final Fantasy não foram muito em aceitos, mesmo assim ningém deixa de elogiar o visual deles; desta forma, se o filme parece com Final Fantasy, é porque foi bem feito.
As armaduras... ah, as imaculadas armaduras que ninguém pode mudar.... Bem, elas mudaram, mas desta vez para o bem (ao contrário da série Ômega). Muitos não gostaram, mas isto era mais que esperado. Entendam haters, não estamos mais nos anos 80, armaduras coloridas e as vezes espalhafatosas não são bem aceitas mais. Parece para pensar, lembre-se da vergonhosa armadura clássica do Shun ou as "armadura que não protegem nada" da sega de Asgard; você assim como eu) aceitou bem elas na infância, mas hoje sabemos o qual inapropriadas são e com certeza seriam ridicularizadas até pelos fãs.
As armaduras são mais robustas, isso agradou a todos (eu acho), passa uma idéia maior de armadura, de proteção.
Elas tem bem menos cor que as clássicas e tem um cinza predominante, tanto para a antes verde armadura de Dragão quanto para as antes brancas armaduras de Cisne e Pégaso. Não gostei muito desta decisão, há uma tendência atual para o cinza/marrom que me desagrada. Acho que algo intermediário seria ideal, nem tão colorido, nem tão cinza.
Para balancear a falta de cores, luzes neon a lá Tron acendem de acordo com o cosmo do Cavaleiro. Muitos criticaram este aspecto, mas me agradou. As luzes conseguem passar uma boa impressão do cosmo crescendo, mas sem exageros. Além disso, as luzes dão um aspecto tecnológico as medievais armaduras, mas, felizmente, as armaduras se mantém longe de parecer com as do Homem de Ferro, sendo que muitas vezes esta aparência tecnológica é substituída por um ar mais mágico/cósmico.
Essa mistura medieval com tecnologia/magia lembra, mais uma vez, Final Fantasy e, mais uma vez, não há nenhum demérito nisto, já que FF sempre fez isto muito bem e é boa fonte de inspiração. As armaduras parecem mais vivas, mais do que simples roupas.
Os golpes especiais também são beneficiados por estas luzes de neon e isso ajufa a nos convencer da magnitude do golpe.
As armaduras dos Cavaleiros de Ouro são ótimas também. Um espectáculo a parte, não aceitaríamos nada abaixo disto e fomos bem atendidos. Houveram críticas em relacão a coloracão de algumas armaduras, que não são exclusivamente douradas. A explicacão foi baseada na existência de alguns tipo de ouro que tem outras tonalidades, mais branco ou vermelho. Eu pessoalmente prefiro as armaduras sempre douradas, mas aceito a explicação.
A aparência dos personagens também é agradável, é diferente dos padrões ocidentais comuns em filmes da Pixar e jogos da 6 e 7 geração. Os traços são mais orientais, mas num padrão mais realista do que vemos nos animes.
Por último, o Santuário. Não mais os típicos templos gregos e escadarias, mas sim um templo surrealista com tom sobrenatural. Me lembra muito Asgard no filmes e quadrinhos do Thor ou, de novo, Final Fantasy. Gostei muito da mudança, agora sim temos a idéia da imensidão do templo e quão distante é o caminho que os Cavaleiros tem que percorrer.
Resumindo, quanto aos visuais, nota 10 pra tudo!
Lutas
Bem, como nosso maior vilão aqui é o tempo, muitas lutas foram drásticamente resumidas e outras foram retiradas do filme.
Quando tem luta, é agradável (exceto uma, que vou dizer mais adiante), porém esta sensação agradável não dura muito pois as lutas rapidamente terminam. Animes como Cavaleiros do Zodíaco dependem de boas lutas e filmes de noventa minutos (como os filmes de Dragon Ball Z, por exemplo) têm uma ou duas grandes lutas e só. Lenda do Santuário possui um número maior de lutas, mas elas são extremamente rápidas (Hyoga contra Camus é um exemplo).
Posso dizer que neste aspecto o filme decepcionou dentro do esperado.
Atena e os Cavaleiros de Bronze
Gostei muito da Saori. Foi mais participativa neste filme do que em todos os 73 episódios originais. Tem uma personalidade mais moderna do século XXI e menos dama indefesa a ser salva do século XX; girl power!
Seiya foi o mesmo de sempre. Se você não gostou dele no filme, você não gosta mais de Cavaleiros do Zodíaco. Pessoalmente acho Seiya o menos interessante dos cinco Cavaleiros, mas tenho consciência de que ele é o protagonista (não custa lembrar que o nome original da franquia é Saint Seiya). É isso galera, Seiya vai estar na tela o tempo todo, aceitem que dói menos...
Shun, Shiryu e Hyoga são coadjuvantes no filme, sendo que Shiryu se destaca um pouco por sua personalidade mais "singular" (que rende boas piadas). No mais, Shiryu e Hyoga enfrentam sozinhos um Cavaleiro de Ouro cada, enquanto Shun luta em conjunto com Seiya e posteriormente Ikki. Ikki... bem galera, vou ser sincero, faz muito tempo que estou decepcionado com as participações de Ikki nos Cavaleiros do Zodíaco. A proposta da série sempre foi ter Ikki como um "free lancer", que aparece só de vez em quando, mas nas últimas séries ele foi nulo. Se Shiryu apareceu pouco, logicamente Ikki quase não apareceu. Sua participação foi muito fraca. É uma pena, Ikki é muito popular no Brasil e no resto do ocidente, mas parece que os japoneses responsáveis pela franquia não gostam nenhum pouco do personagem e fazem questão de deixá-lo de lado.
De certa forma, os fãs reconhecerão que seus personagens estão lá. O filme não da tempo para que cada um se desenvolva na tela, mas cada atitude de cada cavaleiro é condizente com o que conhecemos deles. Ninguém poderá dizer "ah, fulano nunca faria isto".
Quem conhece, vai reconhecer. Quem não conhece, não conhecerá...
Cavaleiros de Ouro
- Mu de Áries: dentro do esperado; só não gostei do fato dele não ter explicado sobre o sétimo sentido enquanto os Cavaleiros estavam na sua casa, mas só adiante, na casa de Touro.
- Aldebaran de Touro: participação bem semelhante a da série clássica; surpreendente terem mantido a batalha contra Aldebaran e cortado outras lutas icônicas muito mais memoráveis. Provavelmente decidiram mantê-la porque foi a primeira luta no Santuário. De qualquer forma, fica aquela dúvida se valeria a pena cortar esta luta e tentar colocar "aquela outra" mais memorável.
- Máscara da Morte de Câncer: aqui é unanimidade, cagaram com o Cavaleiro mais cruel e sanguinário de Cavaleiros do Zodíaco, nossa infância foi arruinada. Máscara da Morte é a cara do Jack Sparrow (Piratas do Caribe) + a personalidade de Scar (O Rei Leão) dentro de uma armadura de ouro. Ele até mesmo canta no melhor (ou, neste caso, pior) estilo vilão da Disney. Num filme onde tudo foi tão corrido, todo o tempo perdido com este lixo é um sacrilégio! É sério, sabendo que o tempo era pouco, eu comecei a olhar no relógio e lamentar cada segundo perdido na casa de Câncer... sem dúvida a pior parte do filme, de longe!
- Aiolia de Leão: outro que se destaca nos noventa minutos e aparece mais que os outros; mas, diferente de Aldebaran, eu entendo o destaque dado a Aiolia, graças a história de seu irmão Aiolos.
- Shaka de Virgem: a partir de Shaka, parece que o tempo se esgotou de vez e ninguém mais tem seu devido destaque (exceto Saga, o vilão da história). Todo fã de CdZ vai lamentar a ausência de sua batalha épica contra Ikki. É realmente uma pena, perder tempo com o pseudo-Máscara da Morte e cortar Shaka.
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#musa |
- Milo de Escorpião: olha outra mudança polêmica aí! Milo é uma mulher! Sim amigos, a hegemonia masculina entre os dourados foi maculada e as tradições foram quebradas. Eu não sei quanto a vocês, mas eu GOSTEI MUITO! Não faz sentido termos Amazonas de Bronze e Prata, mas nenhuma entre os doze de Ouro. Aprovei a "emancipação feminina" ocorrida na série Ômega e fico feliz que tenha impactado até mesmo o arco mais aclamado da franquia. Chega de homens que se parecem mulher, como Afrodite e o próprio Shun, queremos mulheres de verdade e não apenas deusas, mães falecidas ou interesses românticos. Os produtores fizeram questão de manter esta decisão como surpresa, você pode reparar que Milo não mostra seu rosto nas imagens promocionais, apenas quando assistimos o filme descobrimos que Escorpião agora é uma mulher. Aliás, uma linda mulher! Fora sua nova aparência, a participação foi tão fraca quanto a de Shaka, mera coadjuvante.
- Aiolos de Sagitário: boa participação, idêntica ao anime. Como Aiolos sempre foi coadjuvante na saga (apesar de ser um dos mais importantes para o enredo), não sentimos que faltou nada dele no filme.
- Shura de Capricórnio: semelhante a Milo, participação brevíssima também. É uma pena pois a batalha original contra Shiryu foi ótima.
- Camus de Aquário: a luta de Camus e Hyoga foi mantida no filme, porém, ela acontece tão rápido que não dá nem pra "sentir o gostinho". Diferente de Milo e Shura, Camus deixou a impressão de que teve sua chance, mas não aproveitou.
- Afrodite de Peixes: se o tempo estava curto a partir de Shaka, ele acabou de vez quando chegou a hora de Afrodite. Menos que um coadjuvante, o Cavaleiro de Peixes foi um figurante no filme. Contribuiram para isto o fato dele estar na última casa e a maneira lenta que ele mata seus inimigos. Por mais que eu goste do caminho das rosas envenenadas, sabia que era uma cena demorada demais para caber neste filme. E a propósito, deveriam ter mudado Afrodite para uma mulher assim como Milo, só acho.
- Saga de Gêmeos: tem tempo mais que suficiente para si e seu desempenho é mediano. Desta vez ele rouba o cosmo de Atena ao invés de tentar simplemente matá-la, o que ajuda a torná-lo mais poderoso e deixar a batalha final um pouco mais "tensa". Sua aparência era boa de início, como todos os outros Cavaleiros de Ouro; após absorver o cosmo de Atena, sua aparência vai mudando e até certo ponto é legal, mas depois fica bem estranho... do tipo, "que coisa é essa?" e desagrada. Lembra os vilões finais de Final Fantasy, mais uma influência.
Demais polêmicas
- As armaduras não se quebram com tanta facilidade quanto no anime: para mim, uma mudança boa; por mais nostálgico que seja ver as armaduras de bronze se estraçalhando igual vidro temperado, tira o sentido da armadura e dá a impressão de que essa armadura é mais fraca do que os próprios ossos dos Cavaleiros, pois a armadura é destruída logo no início, mas o fraco ser humano que a veste ainda resiste vários e vários golpes mesmo sem proteção nenhuma...
- Não tem sangue: parece que todo mundo adora ver sangue... tudo que tem sangue em abundância é aclamado. Sério, acabei de assistir a análise de um jogo chamado "Shadow of Mordor" e o site cita a presença de cenas sangrentas como um ponto positivo. Pessoalmente, não dou a mínima pra presença de sangue em filmes, jogos ou animes; pra mim não acrescenta em nada. Temos que entender que a presença de sangue afastaria a presença de crianças dos cinemas. É melhor assim, para que os fãs das antigas possam levar seus filhos/irmãos/sobrinhos/netos para conhecer a franquia,
- O Santuário não fica na Terra, mas em outra dimensão/realidade: pra mim, outra boa mudança. Era muito surreal o fato do destino da humanidade ser definido pelos Cavaleiros e ninguém na Terra ter noção do fato (algo que é inclusive relatado em um episódio da saga Ômega). Colocando o Santuário em outra dimensão podemos entender e aceitar melhor como todos estas guerras entre deuses ocorrem "em segredo".
- Cavaleiros de Bronze, com excessão de Seiya, não despertam o sétimo sentido: não que eu tenha gostado, pois pessoalmente acho Seiya o menos interessante dos Cavaleiros, mas entendo. O despertar do sétimo sentido é um evento grandioso, que requer uma longa jornada pra acontecer. No filme, eu tive a impressão que Seiya só o despertou devido a ajuda de Saori e os demais Cavaleiros. Isto foi legal, deu a impressão da dificuldade em se alcançar este nível, já que não havia tempo hábil pra uma "evolução do cosmo" como vimos no anime.
- Nada de Pegasus Fantasy: uma lástima. Todo mundo queria ouvir, os produtores sabiam disso (tanto que utilizaram no trailer), mas não colocaram a música no filme, nem nos créditos. Saímos todos decepcionados.
- Não te degraus no santuário: para de mimimi... o novo Santuário ficou ótimo. Moderno e ao mesmo tempo clássico/épico. Os degraus não fizeram falta alguma.
- A armadura de Sagitário é quadrúpede: na minha opinião ficou feio, mas dá pra aceitar, é só por um breve momento e ajuda a dar impressão de que estão voando numa velocidade maior.
- Tatsumi fala muito: concordo com a crítica. Os diretores precisavam escolher alguém pra ser "o narrador", e Tatsumi foi o escolhido, como dito acima. Nada contra o Tatsumi, até acho natural que ele seja responsável por explicar a a situação, mas o problema fica evidente quando ele tem mais falas que Ikki, Shun, Hyoga e Shiryu (talvez todos eles juntos).
- Armaduras como "chaveiros": ao contrário da série Ômega, eu gostei desta mudança. Deixe me explicar. Em Ômega, as armaduras eram a pedrinha, que depois se transformava em uma "roupa". No filme, as armaduras ainda eram armaduras propriamente ditas, ainda estavam nas caixas, mas provavelmente em outra dimensão (assim como o Santuário) e eram "chamadas" através destes objetos de metal. Uma diferença sutil. Os produtores não acham que convém caminhar com caixas enormes e pesadas em pleno século XXI e buscaram alternativas. Pra mim, a sutil diferença que o filme teve em relação ao Ômega foi acertada.
Um show a parte
A dublagem brasileira é simplesmente perfeita, de arrepiar. Praticamente todos os dubladores originais foram mantidos (exceto Camus, cujo dublador já faleceu, e Milo, por motivos óbvios). Um ponto alto exclusivo para nós aqui no Brasil. Parabéns a todos os envolvidos!!!
Conclusão
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"Seiya, quantos segundos duram as lutas?" |
O filme peca por ser apenas um filme. Quem dera se tivéssemos ganhado uma série, uns 12 a 20 episódios. Mas só tivemos 90 minutos. Desta forma, um elemento primário de Cavaleiros do Zodíaco foi perdido, o desenvolvimento dos personagens. A série clássica não era perfeita, admita, mas seus personagens eram inegavelmente inesquecíveis. No fim da saga, você não tinha apenas um protagonista na memória, mas vários e vários personagens que levamos após décadas.
Algumas pessoas mencionaram que o filme deveria ter um trecho de narrativa, explicando a história. Eu concordo, apesar de saber que a utilização de tal recurso também geraria reclamações. Pode parecer incompetência, mas uma boa e rápida explicação (no melhor estilo "Episódio Zero") ajudaria a embasar o que está acontecendo na tela.
No filme o desenvolvimento é zero. Tudo é jogado na tela sem muita explicação. Quem não conhece o anime ou manga, vai ficar totalmente perdido.
Quem queria ver seus momentos prediletos remasterizados em CGI no filme, também não foi atendido. Grande parte das lutas foi removida, outras foram drasticamente modificadas, dá pra dizer que apenas a batalha de Aldebaran se manteve razoavelmente fiel.
Quem queria apenas ver pancadaria, explosões, golpes fantásticos e muitos gritos icônico... também não saiu satisfeito. As lutas são curtíssimas e não atingem a expectativa.
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livros, cartas, pingentes |
Então, quem foi agradado com o filme? De certa forma, ninguém. Dizem que o filme tem por objetivo alcançar novos públicos e ao mesmo tempo homenagear a franquia, seus fãs e seu criador. Como é evidente que o filme não foi um grande sucesso entre os fãs e com certeza é resumido demais para prender a atenção de possíveis novos fãs, pra quê esse filme foi feito? Foi só pra homenagear o aniversário da franquia ou tem algo a mais?
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"Shut up and take my money!" |
Acreditem, o filme está longe de ser uma jogada de "amadores", um fracasso. Acredito que o objetivo do filme será perfeitamente cumprido, e esse objetivo é:
Vender brinquedos, revistas, artbooks, jogos, etc...
Muitos acreditam que produtos licenciados dão mais dinheiro que mangás e anime. Com certeza geram uma boa receita aos criadores. Com o filme, os novos designs das armaduras, toda uma nova linha de produtos licenciados já foi criada para encher os bolsos dos caras que comandam a franquia.
Mas afinal, vale a pena ver o filme?
SIM!
Vale a pena. O filme não é perfeito, não é nem 20% da diversão do anime e vai te decepionar em alguns momentos. MAS, é um filme legal. As batalhas, apesar de curtas, são belíssimas, a dublagem é fantástica e há muitos momentos divertidos e prazerosos nos curtos 90 minutos de filme. A história no filme é quase nula, mas se tiver um conhecimento prévio para entender o
background de cada personagem, você saberá o que está acontecendo e reconhecerá seus personagens favoritos.
Não é um filme que marcará sua vida, como o anime marcou, mas valerá o preço de um ingresso de cinema e o tempo de uma partida de futebol. Vale a pena assistir, vale a pena levar o cônjuge ou os filhos (por favor explique a eles parte da história e que Máscara da Morte não era assim; não diga nada sobre Shun aquecendo Hyoga...). Vale a pena comprar o DVD/BluRay quanto for lançado.
Eu assisti o filme consciente de que a sega seria completamente "mutilada" para caber num filme, sabia que as lutas seriam relâmpago e que muitos combates seriam removidos, sabia que Ikki seria deixado de lado, sabia que somente Seiya teria tempo de aparecer na tela (como sempre), sabia que não seria violento como o anime e que alguns aspectos seriam infantilizados (ok, o Máscara da Morte foi uma desagradável surpresa). Desta forma, não me decepcionei tanto com o filme e não saí revoltado como muitos fãs, pude apreciar o que o filme trouxe de bom.
O filme serviu para reviver a franquia e de certa forma divulgar entre o público jovem, mas sinceramente depende de explicações e incentivos de um fã para despertar o interesse de alguém que não acompanhava o anime. Espero que seja útil para incentivar Bandai, Toei, Kumurada e cia a reviver a franquia, acelerar a publicação de Next Dimension e pensar em novas animações (os modelos 3D criados para o filme podem muito bem serem utilizados para uma série, como aconteceu em outros casos).
Vou comentar minhas expectativas para o futuro em um novo post a ser escrito em breve!